BRASÍLIA — O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira , anunciou neste sábado que o governo está adquirindo um volume "significativo"de testes para o diagnóstico da Covid-19 . Segundo ele, até a semana que vem, 5 milhões de testes terão sido distribuídos no Brasil, um número que, em algumas semanas, chegará a 10 milhões.
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— Nós iniciaremos com cinco milhões de testes. Nós vamos chegar a 10 milhões de testes nas próximas semanas. O objetivo central dessa medida é que a própria OMS recomendou que se testasse para isolar. Ou seja, (que) fizéssemos muitos mais para que pudéssemos identificar as pessoa doentes e afastá-las — disse Wanderson.
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Os testes que ainda vão ser adquiridos são mais fáceis de aplicar do que os 27 mil kits que foram distribuídos até agora para laboratórios de todo o Brasil, dos quais 10 mil neste fim de semana. Um mesmo kit pode ser usado para fazer o teste de até 23 amostras.
— O teste que nós estamos adquirindo agora é um teste rápido, sorológico. A gente vai pegar uma gotinha, como se fosse um teste de glicemia, e a partir de alguns minutos a reação vai informar se a pessoa tem ou não coronavírus. Isso só foi possível pela evolução da ciência, porque agora a gente conhece mais o vírus. As empresas, as indústrias que produzem esse teste estão começando a ter condições de fornecer em grande quantidade — explicou o secretário.
A Organização Mundial da Saúde ( OMS ) tem defendido sistematicamente a testagem em massa da população de cada país. O objetivo seria rastrear a origem das infecções, como foi feito na China, e dimensionar a extensão do problema.
O Brasil tem alertado que não dispõe de kits suficientes e, por isso, o governo vinha limitando os kits aos pacientes com sintomas mais graves. Todos os 1.128 casos confirmados foram diagnosticados com testes laboratoriais.
— Não temos o volume total realizado, porque muitos testes dão negativo ou inconclusivo. O que nós enviamos é um kit. Cada kit dá para fazer 23 amostras. E nem sempre se utiliza o kit inteiro. Estados com poucos casos usam três, quatro buraquinhos para fazer o teste. Então não dá para saber quantos testes foram realizados — disse Wanderson.
Wanderson disse ainda que o Brasil vai repetir a estratégia da Coreia do Sul de testar as pessoas sem que elas saiam dos carros, o que diminui o risco de contágio em unidades de saúde:
— Vamos muito em breve implantar uma estratégia similar à da Coreia, utilizando o "drive thru" de teste.
A pasta atualizou hoje o número de casos confirmados do novo coronavírus para 1.128 no país. O total de vítimas fatais segue em 18. Roraima, até o momento, é o único estado sem casos confirmados.